ARTIGO=O QUE SIGNIFICA OPUS?

ARTIGO=O QUE SIGNIFICA OPUS?

                                    

 

Em programas de concerto de música erudita, é comum encontrarmos as obras de vários compositores seguidas de siglas e números. Estas indicações servem para catalogar essas obras e facilitar a identificação de sua cronologia.

Geralmente, o critério adotado para a formação dessas siglas traz uma primeira letra que corresponde à inicial do nome do compositor ou do catalogador acrescida de outras letras ou um número. A mais comum, no entanto, é “Op.”, “Opus” do latim “obra”, seguida de um número que nem sempre é um guia confiável para a cronologia das obras. Isso se explica porque os próprios compositores muitas vezes desprezavam algumas composições, abandonando-as ou dando prioridade a algumas outras obras, para só mais tarde incluí-las em sua relação. É o caso do concerto para piano e orquestra nº 1, Opus 15, em Dó maior de Beethoven. Este é, na verdade, o seu terceiro concerto no gênero, pois o de nº 2, Opus 19, bem como outro sem número de Opus (WoO) pouco conhecido, foram compostos bem antes dele. Aliás, há um grande número de obras de Beethoven, cerca de 140, que trazem a sigla “WoO”. “WoO” significa “Werk ohne Opus”, isto é, “Composição sem número de Opus”.

Já nas obras de Johann Sebastian Bach encontramos a sigla “BWV” que significa “Bach Werke Verzeichnis”, ou seja, “Catálogo de Obras de Bach”. Carl Philipp Emanuel Bach, o filho mais célebre de Johann Sebastian, tem suas obras organizadas com a sigla “Wq”, abreviatura de Alfred Wotquemne, seu catalogador. O “H”, identifica as criações de Franz Joseph Haydn, correspondendo à letra inicial do holandês Antony van Hoboken que também usou a sigla “Hob”.

Quem primeiro compilou o monumental catálogo das obras de Wolfgang Amadeus Mozart foi Ludwig Alois Ferdinand Ritter von Köchel, botânico, mineralogista e bibliógrafo, portanto as obras de Mozart são relacionadas com a sigla “K”, ou “Kv” (Köchel verzeichnis). Apesar de edições subseqüentes alterarem a numeração de obras anteriores a 1784, a obra de Köchel e os números de referência “K” impuseram-se até a atualidade. O “K” identifica também as obras de Domenico Scarlatti, catalogadas pelo cravista Ralph Kirkpatricck. Antonio Lúcio da Vivaldi teve três catalogadores, dos quais Sanna “S”, é muito pouco difundido; Marc Pincherle “P”, é bastante usado mas, na atualidade, a classificação mais usada é a de Peter Ryon, que, em 1974, preparou um catálogo temático utilizando a sigla “RV” (Ryon Verzeichnis).

Henry Purcell teve como catalogador Zimmerman “Z”, Franz Schubert: Otto Erich Deutsch “D” prolífico escritor que nos deixou cerca de 150 artigos sobre ele e 80 sobre Mozart. O “D” identifica também as obras de Giuseppe Tartini, catalogadas por Dounias. Carl Maria von Weber teve em Friedrich Wilhelm Jãhns “J”, professor de canto, seu catalogador.