ARTIGO=Nepomuceno Pai do Nacionalismo Brasileiro
Alberto Nepomuceno
Alberto Nepomuceno nasceu no dia 6 de julho de 1864, em Fortaleza, e faleceu em 16de Outubro de 1920 no Rio de Janeiro, foi compositor, pianista, organista e regente.Considerado o “pai” do nacionalismo na música erudita brasileira.
Foi também um defensor atuante das causas republicana e abolicionista no Nordeste, participando de diversas campanhas, ligou-se a João Brígido e João Cordeiro, defensores do movimento abolicionista, passando a colaborar em diversos jornais ligados à causa.No ano anterior a abolição da escravatura,em 1887,compôs a Dança dos Negros,uma das primeiras composições que utilizou motivos étnicos brasileiros,mais tarde se tornou Batuque,da Série Brasileira,foi apresentada pelo autor no Ceará.Apesar de ser visto com desconfiança pela família imperial, devido as suas posições políticas, Nepomuceno, pela sua importância no cenário musical brasileiro, chegou a ser convidado pela Princesa Isabel para tomar chá no Paço Imperial.
A luta pela nacionalização da música erudita foi ferronho ele sempre dizia: “Não tem pátria um povo que não canta em sua língua” e as suas ideias nacionalistas foram ampliadas com o início de suas atividades na Associação de Concertos Populares, que dirigiu por dez anos (1896-1906), promovendo o reconhecimento de compositores brasileiros. A pedido de Visconde de Taunay, restaurou diversas obras do compositor Padre José Maurício Nunes Garcia e apoiou compositores populares como Catulo da Paixão Cearense.
A sua coletânea de doze canções em português foi lançada em 1904 e editada pela Vieira Machado e Moreira de Sá. O garatuja, comédia lírica em três atos baseada na obra homônima de José de Alencar, é considerada a primeira ópera verdadeiramente brasileira no tocante à música, ambientação e utilização da língua portuguesa. Os ritmos populares também estão presentes nesta obra, como a habanera, o tango, a marcação sincopada do maxixe, o lundu e ritmos característicos dos compositores populares do século XIX, como Xisto Bahia, além das polcas de Callado e Chiquinha Gonzaga.
Dentre suas obras, além de várias peças para piano, piano e voz e coro, destacam-se as ópera Abul (1905), Ártemis (1898), Electra (1894) e a inacabada O Garatuja, as peças orquestrais Série Brasileira (1888, sendo a última delas o Batuque) e a Sinfonia em Sol menor (1893).
Em 1907 iniciou a reforma do Hino Nacional Brasileiro, tanto na forma de execução quanto na letra de Osório Duque Estrada. No ano seguinte, a realização do concerto de violão do compositor popular Catulo da Paixão Cearense, no Instituto Nacional de Música, promovido por Nepomuceno, causou grande revolta nos críticos mais ortodoxos, que consideraram o acontecimento “um acinte àquele templo da arte”. Ainda como incentivador dos talentos nacionais, atuou junto a Sampaio Araújo para editar as obras de um controvertido compositor que surgia na época: Heitor Villa-Lobos.