ARTIGO=A VIDA DO MÚSICO NA DITADURA DE 1964

ARTIGO=A VIDA DO MÚSICO NA DITADURA DE 1964

 

           EM PLENA DITADURA MILITAR DE 1964 NO BRASIL

                                        

                                        

O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil uma forte censura, praticada através dos Atos Institucionais (Ais) criados para aumentar a repressão do Estado sobre a população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao governo imposto no país. Não demorou para a música – enquanto manifestação artístico-cultural de forte teor político – estar entre os principais alvos da censura.Nós músicos neste período para podermos exercer a nossa profissão tínhamos que ter além da carteira da O.M.B.,também uma credencial expedida pelo Departamento de Censura da Polícia Federal, que valia por dois anos, findo esse período tínhamos que renová-la pois sem esses documentos não podíamos exercer a nossa profissão. Mas nem isso calava a voz dos artistas. Abaixo cito algumas músicas deste período.

Música Alegria, Alegria foi lançada em 1967, por Caetano Veloso,Caminhando (Pra não dizer que falei das flores) é uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968,Cálice, lançada por Chico Buarque em 1973, faz alusão a oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim do Getsêmane: “Pai, afasta de mim este cálice”,O bêbado e o equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João Bosco e gravado por Elis Regina, em 1979,Mosca na sopa é uma música de Raul Seixas, lançada em 1973,É proibido proibir é uma música de Caetano Veloso, lançada em 1968,Apesar de você foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici, Acender as velas, lançada em 1965, é considerada uma das maiores composições do sambista Zé Keti,Que as crianças cantem livres é uma composição de Taiguara, lançada em 1973 e Jorge Maravilha, lançada em 1974, é mais uma música de Chico Buarque, agora sob o pseudônimo de Julinho de Adelaide, criado para driblar a censura.Foi um período muito complicado também para nós músicos profissionais que apenas queríamos ganhar o nosso suado pão de cada dia.